Hoje, quando folheava alguns livros em que quase exploratoriamente procurava coisas que se pudessem relacionar com Darwin e o tema do concurso, calhou revisitar o livro de Bill Bryson, Breve história de quase tudo (da Quetzal Editores, de 2004). Na verdade, o livro tem um capítulo sobre Darwin (A noção singular de Darwin, pp. 379-392). Assim que li os três ou quatro primeiros parágrafos, encontrei relatos que pude imediatamente ligar aos temas deste blogue, pois acentuam claramente a ideia de (auto)-liderança, de condução pessoal da própria formação e valorização (a que os apontamentos antecedentes no blogue se referem), em situações quase paradoxais, em que os “professores” envolvidos, mais do que abrirem as portas, parecem fechá-las.
Vou transcrever as frases, são, como já disse, muito claras:
- No fim do Verão ou princípio do Outuno de 1859, Whitwell Elwin, redactor da respeitada publicação inglesa Quarterly Review, recebeu um exemplar de um novo livro da autoria do naturalista Charles Darwin. Elwin leu-o com interesse e concordou que tinha mérito, mas receou que o assunto fosse demasiado limitado para conseguir atrair um vasto público. Sugeriu ao escritor que, em vez disso, escrevesse sobre pombos. “Toda gente se interessa pelos pombos”, observou, tentando ser prestável.
O prudente conselho de Elwin foi ignorado, e On the Origin f Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the Struggle for Life, foi editado no fim de Novembro de 1859, ao preço de 15 xelins. A primeira edição, de 1250 exemplares, esgotou no primeiro dia. […] - Darwin conheceu todas as vantagens da educação, mas estava sempre a desiludir o seu viúvo pai com um desempenho académico medíocre. “Só queres saber de caça, de cães e de apanhar ratazanas, e hás-de ser sempre uma vergonha para a tua família e para ti próprio”, escreveu-lhe o pai, comentário que quase sempre aparece transcrito em qualquer estudo sobre a juventude de Darwin.
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