Recentemente, enviei ao Correio da Manhã, o seguinte texto, que pedi que fosse publicado como carta-resposta ao texto publicado nesse jornal, da autoria de Emídio Rangel, a propósito da Manifestação de Professores, em Lisboa, no dia 8 de Março deste ano:
Senhores,
Concordo com o senhor Emídio Rangel, no artigo que recentemente publicou no vosso jornal sobre a Manifestação de Professores, intitulado "Hooligans" em Lisboa, numa coisa, que passo a citar: "Felizmente ainda há milhares de professores (talvez a maioria) que exercem com dignidade a sua profissão".
É evidente que a Manifestação dos Professores, do passado dia 8, a dimensão que teve, por todos atestada e por ninguém negada, mexeu com a tranquilidade do senhor Emídio Rangel e levou-o a manifestar-se publicamente de forma tão ofensiva e tão infeliz.
Abstenho-me de comentar o fel que expele brutalmente contra, entre outros, o Partido Comunista (a que nunca qualquer compromisso formal ou informal me prendeu). Talvez o gabinete de um psiquiatra ou de um psicólogo o ajude a entender tanto aparente ódio e a vencer qualquer eventual trauma.
Quando puder ver os factos sem que a inteligência seja obnubilada pela irrupção brutal das emoções, verá o que todos puderam ver: que a maioria de professores de que fala esteve educada e ordeiramente presente na Manifestação. Os números, a sua crueza e objectividade, falam por si.
Eu fui um dos professores que esteve na Manifestação. Deixo aos meus colegas de profissão, aos meus alunos e aos encarregados de educação de quase vinte anos de aulas, o veredicto de fazer ou não parte do grupo de professores dignos de que Emídio Rangel fala.
Quanto ao Correio da Manhã e aos seus directores, penso que a dignidade e a honestidade jornalística permite (exige?...) também a expressão pública - no próprio jornal - de opiniões diversas e opostas à do senhor Rangel.
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